segunda-feira, 16 de abril de 2012

entre lápis e borracha



Acabei de apagar uma página e meia de texto. Escrevi, li, reli, não gostei, apaguei. Simples e prático. Em menos de um minuto, cá estou eu com uma nova folha em branco esperando ser rabiscada.

A borracha é algo interessante, não? Graças à ela podemos escrever despreocupados, pois sabemos que, caso a letra saia feia ou a ideia não esteja suficientemente clara, é só passar a borracha que voilá! tudo certo. Agora, especialmente para quem já prestou vestibular, pense na tensão que se sente na hora de transcrever a versão definitiva. Você não pode errar, não pode se distrair. Não tem borracha, não tem corretivo. O que vai permanecer é o que a caneta riscou..

Trocar a caneta da vida real por um lápis e uma borracha seria mágico, contudo maçante. Seríamos perfeitos, sem nada para melhorar, pois sempre voltaríamos ao ponto exato em que erramos e escreveríamos tudo de novo, como se fosse a primeira vez.

Não podemos fazer isso? É, desta maneira acredito que não. A gente até tenta, mas memória não é lápis, e tempo não é borracha. Não podemos apagar sentimentos, momentos, muito menos pessoas. Contudo, podemos usar o erro como um espelho: ver o que não foi como deveria, para fazer diferente. Para não repetir;

Por isso não concordo com os que dizem “jamais se arrependa daquilo que um dia te fez sorrir”. Simplesmente não se arrependa! Já dizia sabiamente Fernando Pessoa: “tudo vale a pena quando a alma não é pequena”.

Nenhum comentário:

Postar um comentário