terça-feira, 16 de julho de 2013

sobre expectativas


Aquele momento em que alguém te define melhor do que você

"Em algumas circunstâncias, eu disse pra mim mesma, toda feliz: "é desta vez". Disse para, logo em seguida, meio sem graça, precisar desdizer. Não era. Não, ainda - essa palavra que faz toda a diferença para efeitos de esperança. Era de mentirinha. Rebate falso, propaganda enganosa, miragem no deserto, esses embaraços que existem aqui e ali na vida, e costumam ser do tamanho da nossa expectativa. Superáveis, quase todos, mas chatos, muito chatos.

Paciência, é também esse exercício que renovo todo dia: o de aguardar que uma hora dessas seja a vez de verdade"

sábado, 6 de julho de 2013

esperançar



É engraçado como a gente espera que a esperança nos espere.
Numa esquina qualquer, pra servir de leito -
e como a gente espera: abraça as pernas na frente do espelho e espera que ele nos mude, que a gente mude, que o mundo mude e vire-se pro nosso espelho.
Tolice.
Na verdade, ela é apenas uma bengala.
Não para esperar, mas para ser esperada.

A gente espera que a pedra no meio do caminho seja inquebrável, gigante, do tamanho do nosso medo de passar por ela. Ela não passa, na verdade, de um monte de areia, óras, que é só soprar - não com força demais para voar pro caminho ao lado, nem com força de menos para que ela fique no seu, mas com força suficiente para que ela fique menor, menor e menor. Olha só, virou um grão. Um monte deles.Viu? É simples, é só ter a esperança certa.

"Como assim 'certa'?"

É. Porque tem esperanças e esperanças.

Uma é do verbo esperar, e esperança do verbo esperar não é esperança, é espera. Esperançar, sim, é fortaleza. É se levantar, é ir atrás, é se quebrar, se juntar, e continuar. Esperançar é levar adiante os restos, os grãos de areia e montar tudo num só.

o trecho da foto é do livro Não se desespere, do Mário Sérgio Cortella. E, claro, tem muitas outras belezas no Grifei num Livro.