quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

apenas para você




Para mim que rezo pouco, escrever é uma espécie de oração.
E hoje eu preciso rezar.


De todas as coisas que tenho ouvido nos últimos meses, a melhor é: não devemos fazer nada apenas para agradar as outras pessoas.


A gente vai aprendendo isso com o tempo. É um treino.
Vivemos pensando o que outros vão achar disso ou daquilo e a verdade é que isso pouco importa. Somos sozinhos ao tomarmos decisões e precisamos saber que ninguém, no fundo, se importa tanto. Estamos com amigos e conhecidos ao redor. 
Mas ali, em sua profundidade, você é apenas o seu particular.


Fim de ano é o momento mais íntimo que existe. E não acredito que devemos apenas acompanhar nossa rotina como se fosse uma história em quadrinhos e ir tocando as coisas até que se resolvam, ou entrem no eixo sozinhas. 

Nada vai acontecer a não ser que você deixe-se ir. E, com toda a sinceridade, encaminhe o que quer viver daqui para frente.

É que essa é a fase em que a alma se abre, em que ela pede um pouco de concentração para que a vida não seja apenas levada, e sim conduzida e reiniciada com toda a dedicação. Não quero que resolvam ou que escolham por mim. Desejo apenas ter, o tempo todo, a sabedoria e coragem de decidir o que eu quero fazer e o que eu espero para cada um dos meus dias.

segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

e quem entende



Do amor, quem é que entende.
Uma amiga diz que tem preguiça. E por ter preguiça ela prefere os ex-amores. Porque eles já conhecem os caminhos, os sentidos e a hora certa de chegar. Um ex-amor já gosta de você. Não precisa se esforçar. E nem dizer onde você se formou. Qual é a sua cidade natal. Que gosta de cozinhar. Que é culta. Frequenta os bares da Augusta. Lê Leminski. Já conheceu Londres. Roma. Florença. Começou ioga na semana passada. Arrisca um francês. Está até tirando foto. Quem sabe vai montar uma exposição. Não. Não precisa. Ele gosta de você. E só por ser você ele já gosta. Por estar ali, na frente dele. E mesmo sabendo que, às vezes, você é uma chata.

De ex-amor, quem é que entende.
Que não é mais amor e nem amizade. Que não faz parte da sua rotina, que não se recorda muito bem quem você é. Mas que aparece e sabe que você sim, vai se lembrar. Que agora são dois estranhos, apenas com saudade – do que não precisa de esforço e está pronto. Vocês já foram conquistados. Um pelo outro. Mas é a vida que segue. Está todo mundo dizendo isso agora. É ela que leva. Vocês dois. Para caminhos completamente diferentes.

E quem é que entende disso tudo.
Fique sóbria. Sóbrio. Respire fundo e arrume apenas 1 amor a vida toda para que os anteriores não cocem a sua cabeça. Não te despenteiem dessa forma. Veja o que eles tem te causado. Freie. Tire o pé desse pedal, a escolha é sua.

Mas quem é que sabe.
Sem os ex-amores você não tem lembranças, histórias, caminha apenas pelo marasmo. E pela dor de não vivido nenhum deles. Pela falta da saudade, apatia. Pela ausência de lembrar de uma voz ou de uma risada confortável, que seja. É uma vida sem. Amores. Fortes como combustíveis, que vêm, vão embora, e sempre permanecem.



voltando com mais uma delícia do Às Claras

e a foto é daqui.