quinta-feira, 7 de junho de 2012

uma criança no olhar

Só eu sei a dó que eu sinto quando minha irmãzinha, que mora comigo, diz que sente saudades de mim. Eu queria tanto poder aproveitar melhor meu tempo com ela, porque ela está crescendo muito rápido! Gosto de contar a ela do dia em que minha mãe voltou com a nenem do hospital - da minha ansiedade para vê-la e minha surpresa ao ver o quão pequena ela era. Já perdi as contas da vezes que me pego olhando pra ela e peço para que pare de crescer, já está bom assim. Ela me olha com uma carinha de pena e diz: "Se eu pudesse eu não cresceria".

Fisicamente eu sei que não há nada para ser feito. É nosso processo natural da vida. Contudo, mais triste do que envelhecer na pele, é envelhecer na alma. As pessoas sentem-se melhores com uma cara fechada do que com um sorriso; sendo ríspidas do que agradáveis, e não percebem que estão matando algo lindo e fundamental, que todos deveriam manter um pouco dentro de si. Se abandonarmos aquela visão unilateral e mesquinha que nos cerca, e olharmos para trás, perceberiamos o quão doce é o olhar de uma criança. A forma com que brinca, com que chora, com que escuta tudo com muito cuidado e absorve, sem perceber, aquilo que a trasnformará no futuro: é tudo muito natural! Uma naturalidade que consegue alegrar qualquer ambiente apenas estando ali, que se percebe pelo olhar.

Ah, não é a toa que os olhos são conhecidos como a janela da alma - eles dizem tudo, sem dizer nada. Mas nós não paramos para notar isso; não há tempo para ser nostálgico. O relógio voa, e a vida também - não há espaço para a meiguice da infância, nem para as pessoas, nem para os olhos. Viraram gelo, não transmitem nada além do óbvio. É uma pena.. se o contrário ao hoje triunfasse, seria um atalho para a felicidade. Espero que minha maninha não perca isso, e nem eu.

“Grande é aquele que não perdeu a candura da infância”



2 comentários:

  1. Nossa Clau! Quase chorei lendo isso! Que palavras lindas!
    Eu sei o quanto é grande o teu amor pela nossa pequena e vice versa...O jeito que uma cuida da outra é a coisa mais fofa que existe,cada uma da sua maneira...
    Tenha certeza que isso nunca mudará, pelo contrário, se fortalecerá cada vez mais...Não importa quantos anos irão passar...
    Qdo li o texto, me veio ela na cabeça te falando aquelas coisas...Lindinha da prima! Não importa o quanto cresca, pra nós ela vai ser sempre essa pequena meiguinha e dengosa, que adora brincar e contar histórias divertidas!
    Amo vocês minhas primas pequenas!
    Beijo grande da Rô!

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  2. Roo, linda, adorei teu comentário! Obrigada!! :) beijoss

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