domingo, 12 de maio de 2013

365 dias pras mães



"Mãe é um ser humano maravilhoso", como diz, sabiamente, meu professor de física.

E é verdade. Não sei como, mas essas três letras mudam o sentido de tudo. Ou melhor, dão sentido a tudo.

Quando eu ainda não sabia escrever, e só sabia desenhar, eu pedia pra minha mãe sentar do meu lado e escrever minhas histórias em cada um dos meus rabiscos. Ela sorria pra mim quando eu falava errado, encenava comigo minhas histórias e, depois que eu dormia, botava no cantinho da folha o dia e a idade que eu tinha quando inventei tudo aquilo pra depois guardar.

Hoje eu sei escrever. Desaprendi a desenhar. Mas minhas histórias estão lá, todas guardadas em uma caixinha dentro do guarda roupa dela. Todas elas. Sempre que ela lê o que eu escrevo hoje, lembra do ontem, e me pede  pra guardar tudo, assim como ela sempre fez. 

Em cada casa tem uma mulher, que é a mais maravilhosa do mundo de cada um. A minha não é diferente. Ela é, realmente, a pessoa mais incrível desse meu mundo. E, ouso dizer, de muitos outros. Eu sou muito orgulhosa de ter em casa uma ótima terapeuta, enfermeira, professora, motorista, consultora de moda, amiga, e que ainda arranja tempo pra cuidar dos outros. Uma mãe coruja que transformou a primogênita numa filha ainda mais coruja, que enxerga nela tudo o que quer ser um dia. 

Aquela história de ser firme sem perder a ternura começou com ela, o resto é plágio. De estar sempre ali, independente se é dia se é noite, se você tá perto ou longe, é tudo coisa dela. De sempre ter razão, é mentira: ela, unicamente, é a razão.

Mesmo agora que eu moro a alguns quilômetros de distância, eu ainda sinto toda essa presença - essa coisa de mãe: que liga às 7h30 da manhã pra saber se você chegou bem, se dormiu bem, se está bem. Aliás, mãe liga pra dizer coisa nenhuma. Cinco vezes por dia. Só pra falar.

Que te vê final de semana em casa e sorri pro vento, pra ele contar a todos os cantos do mundo que ela está de novo com todos os filhotes embaixo da asa. 

Que te vê sem meias e manda já achar uma, pra não pegar frio. Que acorda contigo de manhã cedinho pra garantir que vai tomar um bom café da manhã. Que conta várias vezes a mesma coisa, não porque ela esqueceu ou está ficando velha, é pra você entender direito a mensagem.

Eu tô escrevendo isso com os olhos embaçados de lágrimas, de encontrar todas as lembranças que eu tenho da  minha mãe, e de como eu gostaria de contar todas, pra mostrar que não é exagero isso tudo. Que não é exagero fazer com que todo dia seja dia delas. Que não é exagero todos os filhos do mundo amarem suas mães todos os dias, dizerem isso a elas, beijarem elas todos os dias, ligarem pra elas todos os dias, mesmo que seja pra dizer nada, pra ouvir a voz, ou só agradecer... agradecer por tudo que, pra elas, sempre foi tão simples.