sexta-feira, 30 de março de 2012

O livro pela capa


Reparou? Dos motivos que usei para escolher o livro, 50% foram aspecto visual. O famoso “julgar o livro pela capa”. Quantas vezes fazemos isso sem nos darmos conta? Ao ir a um lugar ou quando conhecemos alguém. A capa é a primeira página, o cartão de visitas, e é feita envolvente propositalmente. Os olhos sentem-se atraídos quando, na verdade, deveriam ser mais cautelosos e atentar para maiores detalhes. Nunca se sabe o que se esconde por detrás da capa. Cores vibrantes podem ser um artifício para suprir o cinza do conteúdo, assim como o opaco resguarda o esplendor do âmago.

quinta-feira, 29 de março de 2012

Falando nisso..

Lendo o penúltimo post lembrei-me de um livro que li recentemente. Devorei-o, literalmente. Não lembro qual foi o último livro que li numa única sentada. A obra da vez foi "Clube dos Anjos", de Luis Fernando Veríssimo. Foram dois critérios usados na hora da escolha:  primeiro o autor, claro; segundo, a capa do livro: toda em vermelho, com uma espécie de circunscrição em relevo também vermelho, que não percebi na primeira olhada, da palavra GULA.  
Apesar de ter sido selecionado na lista dos 25 melhores livros da Literatura Mundial por uma certa banca de profissionais, decepcionei-me. O bom humor e ironia são característicos, achei-o surpreendente, porém com carência de uma pitada de sal. Talvez estivesse esperando demais.Talvez este seja sempre o nosso maior problema.

quarta-feira, 28 de março de 2012


"Esta é a verdade: a vida começa quando a gente compreende que ela não dura muito."
Millôr Fernandes

segunda-feira, 26 de março de 2012

Anterior do Anterior

O título deste é um plágio de Machado de Assis, em sua obra Dom Casmurro. Aproveito-me da ideia de um mestre para explicar o porquê da minha lembrança de outro.. 

Sempre que vou citá-lo tomo o cuidado de não acentuar seu primeiro nome. É uma curiosidade estranha, digna de um gênio, mas ele não gostava do acento, pois seria uma forma de escrever seu nome errado.

Em tantas passagens maravilhosas, Quintana consegue expressar em versos e rimas a grande complicação que é a existência humana. Sim, nós morremos aos poucos. Isso me dá medo. Medo de endurecer, criar um coração de gelo até mesmo para as emoções mais quentes. Nascemos para este mundo e a ele devemos nos adaptar, tendo a consciência que por mais cinzento que esteja ao nosso redor, o arco-íris da alma é responsabilidade nossa; Devemos cuidar como a um jardim: regar, expor ao sol e retirar as ervas daninhas.

Não admito que interfiram nas minhas esperanças, no meu otimismo nem no meu jeito de encarar as coisas.. porém, infelizmente, assassinatos não são premeditados. Decepçõs também não. São como tiro a queima roupa que sempre deixam sua marca.

Rua dos Cataventos, Mario Quintana

Da vez primeira em que me assassinaram,
Perdi um jeito de sorrir que eu tinha.
Depois, a cada vez que me mataram,
Foram levando qualquer coisa minha.

Hoje, dos meu cadáveres eu sou

O mais desnudo, o que não tem mais nada.
Arde um toco de Vela amarelada,
Como único bem que me ficou.

Vinde! Corvos, chacais, ladrões de estrada!

Pois dessa mão avaramente adunca
Não haverão de arracar a luz sagrada!

Aves da noite! Asas do horror! Voejai!

Que a luz trêmula e triste como um ai,
A luz de um morto não se apaga nunca!


domingo, 25 de março de 2012

Assassinato em dose dupla.

Le Début

Começar a escrever estas "memórias de ônibus" me pareceu inútil no início. Afinal, para otimizar o tempo seria melhor se eu desse continuidade aos estudos. História, geografia e literatura fluiriam muito bem no balanço da estrada. Mas, não sei. Um bom livro ou um almanaque regado a uma boa música me atraem mais e são tão importantes quanto. Uma poltrona qualquer reservada a você por duas horas ao dia não parece muito inspirador, mas tudo depende do ponto de vista..